50 Tons de Fugitivos - Capítulo 5

NO CAPÍTULO ANTERIOR...


-Oi mãe... - Eu disse olhando nos olhos dela, sentindo uma gota de suor descer pelo meu rosto.
-Eu preciso falar com você. - Ela disse séria.

-Onde fica o aeroporto internacional de Buenos Aires? - Eu perguntei olhando para frente.

- Você tem medo de chuva e de ônibus lotado? - Eu disse olhando nos olhos brilhantes de Martina ao sairmos do hospital.

-Eu estou com medo. - Ela disse sorrindo novamente tentando esconder a preocupação.
-Não tem um por que, pois estou com você.. - Eu disse dando um leve sorriso para Martina. Foi quando percebi que um pequeno pingo de chuva caiu sobre o olho de Martina, fazendo-a coçar os olhos rapidamente.
-A chuva vai começar, vamos correr. - Ela disse.
-Corre, corre. - Eu gritei, o ônibus está chegando... - Eu disse agarrando novamente a mão de Martina e saindo correndo com ela. - Está lotado. - Eu disse passando a mão no rosto.





- POR JEREMY...

-Chegamos! - Eu disse abrindo a porta de casa, e deixando Martina entrar na minha frente.
-Obrigada. - Martina sussurrou tremendo.
-Está com frio? - Perguntei fechando a porta e abraçando Martina rapidamente.
-Um pouco! - Ela me disse sorrindo.

-JEREMY! - Ouvi uma voz gritar atrás de mim.
-Lodo! - Eu disse sorrindo, indo abraçar Lodovica, minha prima.
-Tudo bem primo, quanto tempo, faz uma semana que não te vejo! - Ela disse me abraçando. - Espera, quem é ela? - Lodovica perguntou se afastando.
-Lodo, essa é uma garota que conheci no aeroporto, é uma história muito longa, depois te explico. O nome dela é Martina! - Eu disse pegando na mão de Martina trazendo-a para perto de Lodovica. - Martina, Lodovica. Lodovica, Martina. - Eu disse vendo as duas se cumprimentarem com um abraço, como se fossem velhas amigas.
-Oi. - Martina disse um pouco tímida. - Desculpa, eu te molhei toda. - Ela disse sorrindo.
-Não tem nada de mais, olha Martina fica a vontade ok, se quiser tomar um banho, pode subir lá em cima!
-OK. - Martina disse saindo e subindo as escadas devagar.
...

-POR MARTINA.


-Escolher entre duas pessoas é sempre difícil porque implica em perdas. Na verdade, penso que quando entra uma terceira pessoa é porque a porta está aberta. Já não existe mais paixão, sobrou companheirismo, amizade, parceria. A pessoa que aparece vem para abalar a estrutura, causar um turbilhão em um casamento ou namoro longo que aparentemente era tranquilo.
É possível gostar das duas pessoas, só que cada uma é um ser único, tem características distintas. Significa que a forma de gostar ou de amar é diferente. Pode ser uma ligação carnal – física; interesses sociais ou econômicos ou amor que nasce do companheirismo, da amizade – uma relação sem sobressaltos, tranquila. Muita gente fica na encruzilhada sem saber que rumo seguir. O coração bate por um, mas talvez fosse ter uma vida muito diferente e até melhor com o outro. Como saber?
Nesta situação há quem opte por se relacionar com as duas pessoas sem qualquer conflito ou remorso. Outras sentem mal estar por mentir e enganar. A descoberta quase sempre gera crise e desconfiança. O medo de escolher errado e se arrepender pode desencadear um grande estresse, principalmente, quando a relação não é satisfatória ou não existe abertura para conversar sobre o assunto. - Eu suspirei depois de ter voado para bem longe de onde eu estava, tomando banho.

-O que devo fazer? - Eu disse chorando.- dividida entre dois amores, será que estive realmente apaixonada pelo Jorge esse tempo todo? - Eu disse desligando o chuveiro.- não sei o que faço! - Suspirei novamente.

Saí do banheiro, depois de ter me trocado e me deparei com Jeremy subindo as escadas, eu corri para um dos quartos, e fechei a porta.
-Martina? Está tudo bem? - Ele perguntou batendo na porta.
-Sim. - Eu gritei.
-Tem certeza? - Ele disse abrindo a porta.
-Jeremy... - Eu desabafei. - Não sei o que está acontecendo comigo, eu amava o meu namorado, mas você apareceu, não sei o que está acontecendo, estou confusa, não quero deixar Jorge, mas não consigo deixar de te olhar.
-Martina... - Jeremy disse acariciando meu rosto e olhando fundo em meus olhos. - Você tem que fazer o que seu coração manda, nós mal nos conhecemos, eu sei, mas você está com um sentimento muito grande dentro de você... E eu tenho esse mesmo sentimento. - Jeremy sussurrou, ao olhar para minha boca, e aproximar-se lentamente dos meus lábios gelados, eu senti a boca dele tocar a minha, fazendo tudo dentro do meu corpo girar, eu fiquei paralisada, mas retribuí o beijo...

-POR JORGE...

-Moço por favor me ajude! - Eu disse com os olhos fundos. - Já estou horas na rua, não sei o que faço, preciso de um abrigo!
-Em que posso ajudar? me diz? - O rapaz disse demonstrando preocupação.
-Eu preciso de um lugar para morar. - Eu disse vendo tudo na minha frente ficar embaçado, como o vidro de um carro, em contato com o ar quente do corpo, e perdi minha consciência literalmente ...

AUTOR: Gabriel de Souza Santos.

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