Diário de Uma Paixão - Capítulo 18

León:

-Tá, se você quer Violetta... tudo bem! Vai atrás dele vai. E sofre de novo! - eu disse e em seguida desliguei.

Joguei meu telefone contra a parede. Não sei como ela pudia fazer isso, depois de tudo o que vivemos! Mas se ela quis assim, será. Ela que sofra, ela que se iluda de novo!

De novo. Eu tava lá, de novo sofrendo por uma garota! Mas pensando bem, não era qualquer garota, era a garota que eu amava realmente. Tenho que descobrir alguma forma, para que ela abra os olhos, ou pra descobrir o que o Tomás estava fazendo.

Passei minutos em meu quarto, pensando no que iria fazer. Depois de um bom tempo, a fome tomou minha conta e desci as escadas para ir até a cozinha. No meio do caminho, quando eu já estava chegando lá... a campainha toca. Vou até a porta e me deparo com o meu "pai".

-Oque faz aqui? - eu perguntei grosseiramente.
-Eu chamei ele, a gente precisa resolver tudo o que tá acontecendo com a nossa família. - Angie falou chegando na sala.
-Porquê Angie? - eu disse saindo de frente da porta enquanto o Matias entrava.
-Meu filho, eu vi aqui. Explicar tudo pra vocês dois, eu devo isso à vocês. E você León, não queria tanto saber o porquê de eu ter "abandonado" vocês? - ele falou se aproximando de mim.
-Sim, mas já está tudo muito claro. Você tem uma nova família aqui e esqueceu a nós.
-Por favor, me ouve.

Apenas assenti com a cabeça e todos sentamos no sofá.

-Pai, quer alguma coisa? - Angie ofereceu.
-Não obrigada, eu tenho pouco tempo. Daqui a pouco tenho que voltar pro trabalho.
-Ok. - ela disse.
-Então, por que nos abandonou? - eu falei olhando nos olhos dele.
-Quando você León, tinha um ano, eu acabei conhecendo uma mulher, chamada Angelica. É um pouco difícil falar isso, mas eu traí sua mãe por muitos anos com ela. Ainda quando você tinha um ano, eu soube que ela tinha ficado gravida, do Tomás. Ela sabia que eu tinha outra mulher e quis abortar, mas eu não deixei. Enquanto o Tomás crescia, eu dizia que ia viajar a trabalho, mas eu ficava com vocês e sua mãe. Quando você completou nove e Angie doze, eu iria contar tudo o que tinha acontecido à sua mãe, e isso tinha que ser em um lugar longe e reservado para que pudessem não ver a briga que aconteceria. Então, quando estávamos chegando no local, um cara bêbado, ultrapassou e bateu de frente com nós. Os carros capotaram, sua mãe acabou morrendo, eles viram que eu estava bem, mas havia perdido completamente a memória, e também eu disse que não sabia quem era sua mãe e que eu não tinha nada haver com a sua família e tal, que não adiantava falar com a família dela sobre mim. Depois de uns dias, lembrei somente de Tomás e de Angelica, então voltei a viver com eles, e aí, depois de anos de que Angelica tentava me fazer lembrar de tudo o que houve, eu lembre e fiquei procurando vocês como louco! Mas, finalmente estou aqui com vocês.

Ele terminou de falar e ficou olhando pra nós, como se estivesse com um desespero de nos perder novamente. Angie não falou nada, apenas ficou calada, sorrindo e com um lágrima nos olhos, eu também fiquei calado, um pouco pensativo. Não poderia ter a certeza de que ele estava falando a verdade, mas também, não posso dizer que não me lembro dele e que não o amo.

Eu e Angie passamos mais alguns minutos em silêncio, até que Matias fala novamente:

-Meus filhos, eu amo muito vocês. Sinto muito pelo que fiz, peço mil desculpas, mas agora, oque eu mais preciso é do amor, do perdão e do carinho de vocês. - ele disse abrindo os braços.
-Mas isso o senhor já tem! - eu falei sorrindo e dando um abraço nele.
-Com certeza! - Angie confirmou e em seguida o abraçando juntamente a mim.
-Bem, agora eu tenho que ir. O pessoal já deve tá me esperando lá na delegacia. - meu pai disse levantando.
-Tá ok, tchau. - Angie disse indo em direção a porta e abrindo-a.
-É, tchau pai. Agora deixa eu ir fazer um rango! - eu disse andando em direção a cozinha (correndo na verdade).

...

De manhã acordei e fiz minha rotina matinal. Cheguei no colégio e de cara me dei com o Tomás, que ainda estava furioso por ontem. Ignorei o fato e fui falar com ele:

-Tomás eu quero pedir desculpas, olha é de verdade! Somos irmãos.
-Tá ok, mas inda tá na minha lista negra. - ele disse e sem mais cerimonias foi embora.

Fiquei boiando no que ele me disse, ele tinha me perdoado pela surra que eu dei nele ou não? Ah... isso já não me importava mais. Isso era problema dele e não meu, e eu não iria perder o meu dia por uma besteira dessas.

Por Violetta:

Cheguei no colégio e parecia que estava tudo normal, até que o Tomás me olha de um jeito, como se fosse pra eu começar a colocar em ação o "nosso plano" e agir como se estivesse completamente apaixonada por ele. Apenas assenti com a cabeça e fui em direção dele.

-Bom dia meu amor! - eu falei com um sorriso forçado no rosto e beijando a bochecha dele.
-Bom dia Princesa! - ele falou segurando a minha cintura.

No mesmo momento em que falamos aquilo, León nos viu e demonstrou uma carinha triste. Oque eu tinha feito? Tentei não dar a mínima, mas era impossível. Saber que tinha magoado o León, o meu León, era como ser apedrejada! 

Por sorte, para que nada disso mais acontecesse a professora de literatura chega e começa a aula. Tudo bem que não é a matéria mais emocionante e legal do mundo, mas na hora tudo oque eu queria era poder me soltar do inútil do Tomás e não magoar o León.

Um tempo se passou, mais aulas chegaram e foram. Até que na hora do intervalo a Ludmila vem falar comigo:

-Amiga...
-Sim. - disse olhando em direção a ela.
-Olha, eu não quero ser muito chata, nem intrometida. Mas porque o León tava triste hoje e você foi abraçar o Tomás?
-Eu terminei com o León, eu percebi que ainda amo o Tomás.
-Ai amiga deixa de ser ruim! Quando eu penso que o Tomi tá livre pra mim, você pega ele de novo! - ela falou fazendo biquinho e cruzando os braços.
-Desculpa, mas promete que não vai fazer nada?
-Claro que não, você é mais que uma irmã pra mim ok? Eu nunca faria isso com você!
-Brigada! - disse abraçando-a. - Agora vamo pra aula? Daqui a pouco vai começar...
-É de quem mesmo?
-Do professor Marcelo, aula de química.
-Ai não! Eu não quero ficar ouvindo aquela voz irritante e aguda dele não! - ela falou com um biquinho. - "Vamos começar a aula de química. Por favor sentem-se" - Ludmila falou imitando a voz dele enquanto eu ria.

As últimas aulas se passaram lentamente e finalmente fomos todos para casa.

Por León:

Voltei para casa pensando no que tinha visto hoje de manhã. Será que a Violetta realmente ainda ama o Tomás? Eu só me iludi com ela. Ah, tinha que esquecer ela, definitivamente.

Algumas horas se passaram, fiz minhas atividades e fui ver televisão. Depois de um tempo a campainha toca:

-Fran?
-Oi! - ela falou sorrindo e animada como sempre!
-Entra! - disse dando espaço para ela entrar e em seguida fechando a porta. - E o que devo a visita de uma chata como você?
-Chata que você gosta! - ela falou rindo e se sentando. - Bem, eu te vi lá no colégio todo triste e queria saber oque houve...
-Bem, a  Violetta terminou comigo e eu acho que tem alguma coisa estranha atrás disso.
-Também acho, antes vocês respiravam um pelo outro.
-É.
-Bom, eu acho que na verdade, só estou te deixando pior. Que tal a gente ir dar um passeio por aí? Tomar um sorvete, ir pro parque! - ela disse se levantando e estendo a mão pra mim.
-Tem razão! Nada melhor do que se divertir com a sua melhor amiga! - falei me levantando e indo pegar as chaves do carro que estavam na mesa.
-E-e-ei! - Fancesca me interrompeu. - A gente vai a pé! Vamo respirar, se exercitar um pouco hein?
-Fala isso porque não tem carro! - eu disse rindo.
-E porque sou amiga da natureza  e também porque dentro de um carro ninguém poderia ver a minha roupa nova! - ela farou girando.
-Tem certeza que não quer ir de carro, tá muito escandalosa! Pior que a Ludmila! - disse rindo e fechando a porta de casa.
-Deixa de ser besta! - ela disse dando um leve tapa na minha cabeça e rindo.

Por Violetta:

Estava em casa, descansando e ouvindo música dreprê no meu quarto e pensando em tudo o que houve. Quando o Tomás me liga:

--------Ligação On--------

-Alô, Tomás? 
-Oi Violetta, será que você poderia me encontrar na praça Rosácea daqui a meia hora?
-Claro. - falei já temendo do que poderia ser dessa vez. - Tchau. - disse desligando

--------Ligação OFF--------

Por narrador:

Violetta foi até lá, quando chegou ele já estava a esperando sentado:

-Oi Violetta.
-Oi Tomás, oque é dessa vez? - ela disse se sentando.
-Bem, não é nada de mais. É que eu queria  que você não me tratasse assim.
-Assim como? Como você merece?
-Olha eu vim me abrir com você! Violetta eu te amo realmente e... - ele ia continuar mas Violetta o interrompe.
-Quem ama não faz o outro sofrer, nem obriga a fazer coisa que não quer, nem... - ela ia continuar, mas Tomás também a interrompeu.
-Violetta, apenas tenta me amar ou sentir alguma coisa boa por mim.
-Mas é impossível, olha tudo oque você fez com o seu irmão, comigo!
-Olha Vilu, eu te peço mil desculpas. Mas é que você sabe que eu não sei como expressar os meus sentimentos. Eu te peço, que me dê mais uma chance, pra que dessa vez eu consiga acertar!
-Mas eu não sei como, eu amo o... - de novo Tomás a interrompe.
-Shhh... - ele diz colocando o dedo indicador na frente dos lábios da garota e se aproxima. - Só sente. - ele disse selando os lábios dos dois.

Violetta sentiu uma coisa que nunca tinha sentido antes durante aquele beijo, claro que não é nada comparado com todas as coisas que ela sentia quando beijava León. Mas foi algo muito diferente, que por incrível que pareça, ela adorou! As línguas dos dois travavam de um jeito ritmado e gostoso, o beijo ia se intensificando cada vez mais.

León e Francesca iam se aproximando da praça Rosáceas rindo e se divertindo tomando soverte. Até que avistam Tomás e Violetta, Francesca e León ficam paralisados ao ver a cena. E no mesmo instante, nos olhos de León, uma lágrima de forma.

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